top of page

Do forno e fogão da casa para a sala do “board”

  • 10 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

Por: Sônia Gurgel


“ Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores” (Cora Coralina)


Como pode essa transformação ocorrer? Como a ordem social e os paradigmas puderam ser quebrados? Qual foi a mola propulsora de toda essa mudança no mundo do trabalho?


As principais causas de tantas mudanças profundas, foram, sem dúvida, as duas Guerras Mundiais. Mesmo longe do epicentro da guerra e com sistemas de comunicação muito mais lentos dos que temos atualmente, nós recebemos os impactos positivos e negativos desse acontecimento. Também a chegada de milhares de imigrantes, trazendo na sua bagagem idéias desenvolvimentistas e comportamentos muito mais cosmopolitas do que os que tínhamos no nosso Brasil, ainda muito provinciano, contribuíram enormemente para a mudança em nossos costumes.


Na década de 30, a mulher consegue o direito ao voto no Brasil. A partir daí, elas começaram, gradativamente, a se inserir na economia, na política e nas decisões da sociedade em geral. Sua maior contribuição, entretanto, era, na época, na área de Educação. O fato de poderem trabalhar fora, sem, no entanto, abandonar os afazeres domésticos e a família, atraiu muitas mulheres para a carreira de professor, que era perfeita por demandar apenas meio período de atuação fora da casa.


Essa experiência começou a dar à mulher uma relativa independência financeira e emocional. As mulheres começaram a estudar mais, a se interessar por diversos assuntos que até a década de 50 – 60 eram do domínio masculino.


Ajudada pelos ventos liberalizantes da década de 60, que aqui sopraram com tanta intensidade como nos países desenvolvidos, a mulher fez sua opção consciente por abraçar, ou não, uma vida profissional. Nas décadas seguintes, a inflação, o desemprego crescente e as necessidades financeiras para manter e atender as necessidades das famílias deram mais um impulso para, efetivamente, incluir a mulher nos mais diversos segmentos, atividades e formas de atuação.


Porém, tudo isso não ocorreu, nem ocorre atualmente de maneira suave. O grande marco, é sem dúvida, a importante passeata das mulheres em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York.


Entretanto, as mulheres ainda são muito discriminadas no mundo dos negócios e em vários setores da sociedade. Há ainda muitas dúvidas quanto à sua real competência e capacidade para desenvolver algumas tarefas que foram até recentemente restritas ao mundo masculino. Poucas conseguem chegar a posições de destaque nas empresas e/ou na sociedade. Há ainda grandes diferenças no patamar de ganho entre homens e mulheres, sendo que estas, frequentemente, encontram-se nas faixas mais baixas das tabelas salariais das empresas.


O que nos motiva e nos dá esperança é que esse cenário está mudando, embora não na velocidade que gostaríamos! Juntas e com apoio de nossos colegas homens, que genuinamente acreditam na força da diversidade, conseguiremos mudar mais rapidamente esse panorama!









Comentários


bottom of page